História: Trio elétrico transformou carnaval baiano

Pesquisador analisa quatro décadas de folia e mostra como os carros de som criaram a mistura de ritmos em Salvador




Novos Baianos popularizaram o trio elétrico na década de 70
“Pombo correio/ Voa depressa/ E esta carta leva/ Para o meu amor”. Com esses versos, Moraes Moreira levou o vocalista para cima do trio elétrico no carnaval de 1975. Foi uma ousadia do baiano: a tecnologia da época não permitia voz nos carros que puxavam a festa. Moraes teve que enfrentar o zunido das caixas de som e uma bronca de Dodô e Osmar – os criadores do trio elétrico – que cederam espaço ao cantor.

Mas estava decidido. A partir daquele momento, as letras que antes eram cantadas pelos foliões nas ruas subiam definitivamente aos carros de som, que antes tocavam apenas músicas instrumentais. No ano seguinte, Moraes e os Novos Baianos usaram a arte do improviso para montar um trio elétrico livre da microfonia causada pelas vozes dos cantores. A invenção ficou conhecida como “Morcegão da Madrugada”, por causa das caixas de som pretas enfileiradas.

O historiador Rafael Sampaio, da Universidade de Brasília, seguiu a trilha das músicas que animaram gerações de foliões em cima do invento baiano. O pesquisador mostra na dissertação “Na Trajetória do Trio: a canção do carnaval baiano entre uma mirada mágica e os espaços da alegria” que as letras cantadas no trio elétrico promoveram um jeito mais democrático de pular o carnaval.

Fonte: Francisco Brasileiro/Secretaria de Comunicação da UnB

Abraços e boa leitura!

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