Indicação de artigo: Aspectos Históricos da Divulgação Científica no Brasil
Olá!
Para quem estiver explorando a questão da história da ciência e da divulgação científica, a leitura do texto “Aspectos Históricos da Divulgação Científica no Brasil”, publicado no livro “Ciência e Público- Caminhos da Divulgação Científica no Brasil”, vai ajudar nos trabalhos. O artigo apresenta uma visão cronológica e marcos que contribuíram para a formação da cultura e da autonomia científica.
De forma geral, até o século XIX, inexistia atividade de ciência e, claro, de popularização no Brasil. Este cenário mudou em 1808, com a vinda da família real, que abriu os portos do país e liberou a impressão, que antes era proibida (censura que inibiu direta e profundamente a produção e a circulação de conhecimento na sociedade).
A partir de então, surgem instituições e periódicos que estimularam a iniciar a profissionalização e a socialização da ciência (como a Academia Real Militar, o Museu Nacional e os jornais Gazeta do RJ, O Patriota e O Correio Braziliense).
A segunda metade do século foi marcada pela intensificação do processo e a euforia em relação à ciência, incentivada inclusive pela segunda revolução industrial. Cresce o número de periódicos (criações tais como a Revista do Rio de Janeiro, Revista Ciência Para o Povo, Revista Ilustrada e a Revista do Observatório). Importantes conferencias públicas ocorreram naquele momento: Expedição Thayer; Exposições Nacionais; Conferências Populares da Glória; Cursos Públicos do Museu Nacional e as Conferências Públicas do Museu Paraense.
O início do século XX se tornou relevante na área pelo empreendimento de pesquisadores em prol da autonomia e institucionalização da ciência. Fruto desses esforços, surge em 1922 a Academia Brasileira de Ciências (ABC), cujos membros atuaram diretamente para a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, uma emissora com programação informativa, cultural, educacional e, claro, científica, entre outros conteúdos. Na década seguinte, a divulgação ganha um aliado de grande valor, que é a veiculação de filmes, através da iniciativa do Instituto Nacional do Cinema Educativo (INCE).
Pouco depois, surge o trabalho de José Reis, que viria a ser conhecido como o “pai da divulgação” nacional. Entre as iniciativas do médico, microbiologista e economista está a publicação de artigos em jornais (ex: Folha da São Paulo e Folha da Manhã) e revistas (ex: revista Anhembi). Ele ajudou a fundar a Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência (SBPC), em 1948, período importante para criação de outras destacadas instituições científicas brasileiras, como o Conselho Nacional da Pesquisa e a Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, ambas em 1951.
Porém, a chamada era do boom da divulgação surge no fim dos anos 1970 e início dos anos 1980, quando diversos países investem no setor, inclusive o Brasil: Associação Brasileira de Jornalismo Científico; Prêmio José Reis de Divulgação Científica; Revista Ciência Hoje e CH das Crianças; as revistas Superinteressante (Editora Abril) e Globo Ciência (hoje, Revista Galileu-Editora Globo); programa de TV Globo Ciência; entre outros.
Mais recentemente, a popularização ganhou os reforços da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências, da Associação Brasileira de Divulgação Científica e da criação do Departamento de Popularização e Divulgação da Ciência do Ministério da Ciência e Tecnologia, este último já na década de 2000.
Abraços e bom fim de semana!
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